Quatro indígenas Avá-Guarani são baleados em novo conflito no Paraná; uma criança está entre feridos

  • 04/01/2025
(Foto: Reprodução)
Caso aconteceu entre Guaíra e Terra Roxa, oeste do estado. Criança e adolescente atingidos por tiros tiveram alta do hospital. Duas pessoas seguem internadas em estado grave. PF investiga o caso. Indígenas são baleados em novo conflito no Paraná Quatro indígenas Avá-Guarani ficaram feridos durante um ataque em uma área de disputa de terras que fica em Guaíra, no oeste do Paraná, fronteira do Brasil com o Paraguai. A comunidade está localizada a 5km do centro da cidade e da sede da Polícia Federal (PF). A PF investiga o caso, que aconteceu na noite de sexta-feira (3). A autoria do ataque é investigada. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, apurou que uma criança de 7 anos, um adolescente de 14 anos e outras duas pessoas de 25 e 28 anos foram atingidas e levadas para o Hospital Bom Jesus de Toledo. No início da tarde, a criança e o adolescente receberam alta hospitalar. Os dois adultos feridos continuam internados em estado grave, conforme o último boletim médico. Imagens divulgadas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostram indígenas cobertos de sangue após o ataque. Indígenas divulgam imagem de criança ferida em conflito em Guaíra Comissão Guarani Yvyrupa – CGY O órgão afirma que a comunidade foi atacada a tiros, de surpresa, por indivíduos que armaram uma emboscada. A suspeita é que o grupo indígena estava sendo monitorado em pelo menos três pontos da aldeia Yvy Okaju. O conselho também disse que o grupo tem sido alvo de ataques desde 30 de dezembro de 2024, quando a região da aldeia foi atingida por rojões e, também, por um incêndio que pode ter origem criminosa. Nos dois últimos dias do ano, dois membros da aldeia ficaram feridos, segundo o CIMI. Segundo indígenas, casa na aldeia foi incendiada em ataque no dia 31 de dezembro Comissão Guarani Yvyrupa – CGY Em nota, a PF disse que forças de segurança federais, estaduais e municipais estiveram no local na noite de sexta para evitar novos episódios de violência e que realizou perícia no local na manhã deste sábado (4). Desde o início de 2024, a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) realiza o monitoramento da região de maneira mais constante. Contudo, segundo os indígenas, a Força não estava no local no momento do ataque. Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que a Força Nacional foi informada do ataque por volta de 21h da sexta-feira e que mobilizou equipes para reforçar o patrulhamento na área. "A situação permanece sob vigilância contínua pelas forças de segurança, com reforços programados para garantir a proteção da comunidade e mitigar novos riscos [...] O ministério reafirma seu compromisso com a mediação pacífica e a prevenção de conflitos. As ações adotadas já restabeleceram a ordem, e medidas preventivas estão em curso para evitar a escalada de tensões." O Ministério dos Povos Indígenas afirmou que está em diálogo com o Ministério da Justiça para a investigação imediata dos grupos armados que atuam na região. Ataque a indígenas deixa 4 feridos no Paraná Arte g1 Associações e comissões dos povos indígenas repudiam ataques Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), a Articulação dos Povos Indígenas do Sul do Brasil (ARPINSul), a Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPINSudeste) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) demonstraram indignação e repúdio aos ataques. "A Apib, a CGY, a Arpin Sul, a Articulação Arpin Sudeste e o Cimi vêm denunciando recorrentemente estes graves acontecimentos criminosos, mas a atuação do governo federal é absolutamente ineficiente, quando não inerte; de fato, o governo parece acovardado [...].Basta de covardia", afirmaram. Vilma Vera, da Comissão da Mulher Indígena da aldeia Yvy Okaju, disse que o grupo tem pedido ajuda ao Governo Federal. "É uma guerra, na verdade. Nós estamos sendo atacados todos os dias, todas as noites. Nós não temos armas para nos defender. A única coisa que nós temos é o nosso corpo." Leia também: Homicídio: Adolescente é morto enquanto tirava mangas de pé; suspeitos estão foragidos Investigação: Família precisa eutanasiar yorkshire idosa após animal ser ferido durante tosa Misoginia: Vereadoras de Curitiba sofrem ataque por conta de roupas usadas em posse Conflitos no oeste do Paraná O conflito por demarcação de terra na região oeste do Paraná é histórico. Indígenas reivindicam novos lugares porque, durante a construção da Usina de Itaipu, que iniciou em 1975, muitas áreas rurais das duas cidades ficaram alagadas e as áreas ocupadas seriam de terras que não passaram por processo de demarcação. Do outro lado, agricultores afirmam ter direito à área em disputa. Relembre: Ministério autoriza atuação da Força Nacional de Segurança em Guaíra Força Nacional faz segurança em área de conflito onde quatro ficaram feridos Quatro indígenas ficam feridos após novo conflito em Guaíra Novo conflito entre indígenas e agricultores deixa feridos em área de disputa VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Leia mais notícias do estado em g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/01/04/indigenas-baleados-novo-conflito-parana.ghtml


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